sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Pela continuidade da GREVE! Lutar quando a regra é ceder!

O ano de 2013 já está marcado na história das lutas no Rio de Janeiro. Nossa greve, que nos inseriu no quadro aberto com as mobilizações de junho e julho, enfrentou com muita disposição e coragem os ataques de Sérgio Cabral e Eduardo Paes – aliados de Dilma Rousseff na tríade inimiga da Educação Pública. Duas grandes passeatas, com dezenas de milhares nas ruas, demonstraram que temos o apoio maciço da população.
Ressaltamos a importância de retomarmos nosso espírito de lutas coletivas após quase duas décadas sem uma greve. A categoria deu exemplo e não abaixou a cabeça para as ameaças de corte de ponto, demissões, ilegalidade da greve etc. Pelo contrário, de cabeça erguida, enfrentou inclusive a violência da Polícia Militar. As ocupações do 13º andar da Prefeitura e da Câmara de Vereadores apontaram caminhos de radicalização importantes. O alvo principal do nosso enfrentamento é o Executivo; o trabalho de base com as passadas em escolas e Assembleias regionais poderiam ter sido ainda mais fortalecidos.
Por conta da força de nossa greve e da conjuntura radicalizada, o Supremo Tribunal Federal convocou a audiência de conciliação no dia 22/10. Se sabemos o caráter da Justiça num Estado burguês, era claro que não poderíamos depositar confiança de resolução da nossa greve na reunião. E, diante do ocorrido, é preciso apontar firmemente os absurdos e inaceitáveis problemas cometidos pela direção do SEPE! Por que levar uma caravana de cinco ônibus e não realizar manifestação? Por que, numa primeira audiência de conciliação, a direção assinou um documento que aponta o compromisso de encerramento da greve na Assembleia em vez de trazer para a categoria discutir? Se nossa decisão era discutir reposição apenas depois de terminar a greve, por que a direção do SEPE assinou um documento que aponta diretrizes para tal? O “acordo” nos coloca a “faca no pescoço”, chantageia para terminar a greve, mas fornece ainda mais prazo para a Prefeitura discutir pontos cruciais de nossa jornada de trabalho, da realidade pedagógica e das condições de trabalho em nossas Unidades Escolares!
Não temos dúvida de que tivemos avanços nessa greve, mas temos ainda mais certeza de que houve grande vacilação por parte da direção do SEPE num momento crucial, que toma como grande vitória o fato de não termos corte de ponto nem inquéritos administrativos e posa sob o manto do “democratismo” ao dizer que a categoria vai decidir os rumos em Assembleia depois de chegar com o “fato consumado” do documento assinado em Brasília.

Diante desse quadro, é o momento de nos perguntarmos: teríamos força para conquistar mais? Na avaliação do Movimento Sindicalismo Militante, TEMOS essa força! A adesão à greve é ainda bastante significativa. Há pesquisas que apontam que 86% da população apoia a nossa luta. Pais e responsáveis retomam a Associação para ser mais um instrumento de luta em defesa da escola pública! É durante a greve a nossa possibilidade de nos reunirmos e nos formarmos coletivamente. Eduardo Paes e Claudia Costin foram desmascarados e ainda precisamos combater mais fortemente a meritocracia! Precisamos derrubar o Plano aprovado na Câmara e conquistar o nosso! Outras categorias despontam para a mobilização e podemos articular lutas conjuntas! Enfim, consideramos que ainda há muito fôlego para a luta e é importante que saiamos da greve com ainda mais conquistas concretas. Nossa luta é exemplo para diversas outras redes e os holofotes internacionais estão voltados para a “capital dos megaeventos esportivos”. Se a direção diz que o momento é de ceder, defendemos em alto e bom tom: VAMOS LUTAR! A GREVE CONTINUA! PREFEITO, A CULPA É TUA!  

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Fortalecer a Greve rumo às conquistas! FORA PAES E CLAUDIA COSTIN!

Em 2013, o Dia do Educador será comemorado nas ruas, com uma bela e necessária luta travada em defesa da Educação Pública contra os governos de Sérgio Cabral e Eduardo Paes e os secretários empresariais de Educação Wilson Risolia e Claudia Costin. Com o apoio maciço da população à nossa categoria, mesmo diante dos inúmeros ataques mentirosos e confusos da grande mídia, nossa tarefa é fortalecer ainda mais a greve, em busca de conquistas que possibilitem um novo amanhã para a Educação no Rio de Janeiro. Além de decidirmos pela continuidade da greve na Assembleia da rede municipal, alguns debates são importantes para avaliarmos nossos caminhos e pensarmos coletivamente no fortalecimento da luta.

1: FORA PAES. Ao apresentar esta consigna desde o início da greve, elegemos o Poder Executivo como o nosso foco de enfrentamento e o maior responsável pelos ataques à Educação Pública e seus profissionais. Não podemos morder a isca das artimanhas governamentais em direcionar decisões para os Poderes Judiciário ou Legislativo, como faz a direção majoritária do SEPE ao propor vigílias em frente ao Tribunal de Justiça ou na própria Câmara de Vereadores. Os momentos em que a categoria mais avançou, conseguindo reuniões de negociação, foram a partir da pressão sobre o Poder Executivo! E podemos avançar mais, conquistando corações e mentes e nos organizando com amplos setores da sociedade para que Paes nos deixe em paz!

2: FORA COSTIN. Na parte final da última Assembleia, setores governistas da direção do SEPE – ligados ao PT e ao PCdoB – defenderam a retirada deste ponto de nossa pauta de reivindicações, alegando que “não podemos ficar em greve até a queda da Secretária” e venceram a votação. Ora, será que é o receio de que algum quadro do PT vá assumir a Pasta da Educação e deixar ainda mais claro para a categoria que o partido é comprometido com o desmonte da Educação Pública? Para nós, é fundamental o retorno do FORA COSTIN às nossas reivindicações! Não podemos aceitar a permanência da meritocracia e do privatismo com esta representante do Movimento Todos Pela Educação!

3: FIM DA PM, ATOS GRANDIOSOS E RADICALIZAÇÃO. Nos dias 28 e 30/9 e 1/10, acompanhamos mais casos de truculência por parte da Polícia Militar, a mando do Governador Sérgio Cabral. A mesma PM que mata Amarildos bate em Educadores! A desmilitarização da Polícia Militar é um debate fortalecido a partir da presença de dezenas de milhares de Educadores na passeata de 7/10 em defesa da Educação e contra a violência do Estado! Hoje teremos mais um grande ato para expor ao mundo que, na capital dos megaeventos esportivos, a Educação está em péssimas condições. Diante da intransigência do Prefeito em encerrar as negociações com a categoria, ações mais radicalizadas podem e devem ser adotadas como método para pressionar novamente Eduardo Paes. As ocupações da Prefeitura e da Câmara de Vereadores foram ações que colocaram o movimento em outro patamar. É tempo de agirmos para obter as conquistas necessárias!


4: A CUT NÃO NOS REPRESENTA! Em 2006, a categoria decidiu em plebiscito que nosso Sindicato rompesse com a Central Única dos Trabalhadores, que passou a servir como um braço do Governo Federal após a ascensão de Lula/PT ao poder. Temos visto adesivos desta Central que não nos representa! A reorganização da classe trabalhadora no país passa pela construção e fortalecimento de uma nova central sindical, fora das amarras do governo e que efetivamente enfrente a tríade de Eduardo Paes, Sérgio Cabral e Dilma Rousseff. 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Pela anulação do Plano de Carreira aprovado na Câmara a mando de Paes

Nosso movimento se fortalece e coloca o governo em xeque. Por sua vez, o Estado usa seu braço armado para barrar, à força, os avanços e as vitórias que podemos conquistar por meio das lutas. Lutando, avançamos em nossa consciência de classe e nos organizamos ainda mais. No Rio de Janeiro, vivenciamos estes avanços com a greve profissionais da educação da maior rede da América Latina!

No dia 26 de Setembro, iniciou-se uma ocupação à Câmara Municipal, já que o prefeito Eduardo Paes passou por cima de acordos feitos durante a greve com o Sindicato dos Profissionais da Educação. A Prefeitura formulou uma proposta de plano de carreira que não atende integralmente NENHUM setor da categoria.

Os profissionais da educação, completamente traídos pelo governo, decidimos retornar à greve e realizar ações mais radicalizadas, para denunciar à população o que REALMENTE ocorre com a educação do Rio, dirigida pela gestão meritocrática de Claudia Costin, como também para forçar o governo a negociar, retirando integralmente o projeto do plano de carreira e seu caráter de urgência.

A ocupação durou até 28 de Setembro, quando ocorreu uma ação brutal da Polícia Militar (PM) contra os manifestantes que ocupavam a Câmara e os que faziam vigília do lado de fora. Os profissionais que ali se manifestavam foram covardemente empurrados, espancados, sofreram agressões psicológicas e tomaram bomba de gás e spray de pimenta. Os verdadeiros responsáveis pela truculência foram o presidente da Câmara Jorge Felipe – que encomendou o pedido da PM – o Governador Sérgio Cabral e o Prefeito Eduardo Paes, um trio do PMDB. Os profissionais que ali estiveram e estão, dando suas vidas em defesa da Educação pública e de qualidade, e lutando contra a política quantitativa, que visa a transformar os alunos em números e professores em empregados generalistas exclusivos e mal remunerados.

Apesar da repressão, nos mantivemos firmes e fortes. No dia 30 de Setembro, os profissionais da educação foram novamente reprimidos na frente da Câmara, junto com os Black Blocs. Não adianta nem pensar que essa repressão ocorreu por causa dos black blocs, isso seria uma inverdade absurda, visto que no Sábado quem estava na Câmara eram os profissionais da educação. Obviamente esse argumento será utilizado pela PM para justificar sua atitude truculenta contra os manifestantes. Nesta terça-feira, 1 de outubro, acompanhamos mais um grande aparato da PM para garantir que a proposta de plano de carreira fosse aprovada pela base governista da Câmara de Vereadores. A população foi impedida de se aproximar desta casa que não nos representa sob efeitos de bombas e tiros de borracha. De maneira covarde e truculenta, novamente a PM atacou os profissionais da Educação e toda a população que nos apoiava, ao passo que a Câmara dava aval para Paes realizar seu projeto de reformulação da carreira dos Educadores no Rio de Janeiro.

Todos sabemos que a polícia não precisa ser agredida para agredir. A polícia não revida, a polícia representa e defende os interesses do Estado. O que nós, profissionais da educação estamos fazendo ali é defender nossos interesses, que são antagônicos aos do Estado, denunciando o desvio de verbas da educação para as empresas privadas, exigindo a abertura de contas da Educação e do FUNDEB, exigindo uma educação de qualidade para os filhos dos trabalhadores, e uma valorização dos profissionais da educação, pautas que se chocam com interesses de empresários.

O que o Estado e as empresas privadas querem é que os filhos dos trabalhadores, permaneçam trabalhadores, de forma mecânica e sem consciência crítica. As empresas privadas, junto com a prefeitura, investem nisso, por meio dos variados projetos na rede de ensino, fazendo aumentar números e lucros, assim como atuando na terceirização de segmentos importantes, como porteiros e cozinheiras escolares. Os projetos mantidos pela prefeitura, com verba pública, que não retiravam das estatísticas os alunos com baixo rendimento, estão sendo sumariamente fechados, e uma verba que não temos dimensão da quantia está sendo colocada nas empresas privadas que gerem projetos que não atendem às necessidades e às realidades das escolas, fazendo alunos sumirem das estatísticas.

Já o FUNDEB, “ninguém sabe, ninguém viu”, pra o nosso contracheque não vem e para a nossa escola não vai. Há denúncias de que essa verba é entregue à Fundação Roberto Marinho (Rede Globo) para gerir projetos escolares, e para as empresas de ônibus, através do RIO CARD, cujo monopólio pertence a Jacob Barata, sogro de Sérgio Cabral. ISSO É ILEGAL!

Diante de todo esse confronto, envolvendo verba federal, onde está Dilma? Calada, em qualquer canto, fingindo “estar de mal” com os Estados Unidos, sem nenhuma menção ao que está acontecendo no Rio de Janeiro. Claro! Cala para não se comprometer porque o vice-prefeito é do PT, porque seu governo tem como base o PMDB, porque também vive de aliança com empresários!

Com interesses antagônicos e pressionando o Estado e os empresários, nós, os aguerridos profissionais da Educação, seguimos em frente, de cabeça erguida, sem medo de ameaças. Nosso coro se fortalece com a greve da rede estadual e de maneira unificada seguiremos em frente! A greve continua até o Prefeito recuar e vetar seu Projeto de Plano de Carreira que nos ataca e até termos a garantia de melhores condições pedagógicas e de trabalho em nossas escolas. Nossa rede acordou e não quer voltar ao pesadelo. Portanto, frente ao brutal ataque à Educação Pública do Rio de Janeiro, precisamos impulsionar a luta pela anulação deste Plano de Carreira e construir de maneira unificada uma grande manifestação com o conjunto da população para repudiar os governos de Eduardo Paes e Sérgio Cabral!


Pela anulação do Plano de Carreira aprovado na Câmara 
a mando do Prefeito Eduardo Paes!

Pela construção de um grande ato de massas unificado que mobilize a 
população carioca contra Paes e Cabral

Contra a meritocracia - Fora Costin e Risolia!

FORA CABRAL, VÁ COM PAES!


Fala da Professora Vivian Dutra, durante a manifestação do dia 1 de outubro.