No dia 28 de junho, como anunciado pelo SEPE-Niterói, foi realizada uma aula pública diante da Fundação Municipal de Educação (FME), na Praça São João, local onde ocorria a Audiência Pública para discussão do Plano de Carreira do funcionalismo da Educação de Niterói. Tal Audiência foi um “sucesso” para o governo claramente explorador e parasitário como o de Jorge Roberto Silveira, expresso na Educação pelo presidente da FME, Cláudio Mendonça.
NENHUMA das reivindicações da categoria foi atendida. Triênio, 15% entre os níveis e 30h para os funcionários, principais exigências da categoria expressas na sua Campanha salarial 2011, foram tratadas com ironia por parte do governo: Segundo a Secretária Municipal de Educação Maria Inês, “enquanto o SEPE fala que as merendeiras ficam 40h em pé numa cozinha, quando visito as escolas vejo que elas ficam sentadas conversando e almoçando”.
Questionamos à Secretária sobre a qual rede ela se refere, pois a Rede de Niterói é aquela que é capaz de expor tanto seus funcionários, que uma de nossas cozinheiras chegou a desmaiar na cozinha com 220 mmHg de pressão arterial máxima, e permanecer internada por um tempo, por excesso de trabalho e estresse. Essa é a realidade das cozinhas das escolas desta Rede, onde trabalham nossas cozinheiras! Devemos dizer cozinheiras e não “merendeiras”, pois quem é merendeira não trabalha em escala industrial, fazendo refeições, não merendas, para 200 ou 300 crianças por dia. As 30h para os funcionários são o começo das reivindicações para aqueles que ganhavam o mínimo de R$564,84 e o máximo de R$720,89, e hoje com o “grande” reajuste de 15% (conquistados pela categoria) passarão a ganhar o mínimo de R$649,57 e o máximo de R$829,03. É VERGONHOSO!
Portanto, insistimos que é o governo que nos obriga a optar pela GREVE, já que o mesmo não realiza diálogo, não respeita seus servidores ao recebê-los, “argumentando” que nossas reivindicações partem de invenções e fantasias criadas por nós e não de fatos retirados da realidade cotidiana das escolas.
A professora Loíze Pessanha explicitou: “Sou professora da Escola Municipal Padre Leonel Franca, em Santa Rosa, e posso afirmar que a cozinheira da parte da manhã, responsável por fazer o almoço dos dois turnos, não para desde o momento em que chega, às 6h da manhã – quando não antes – até a sua saída: sempre de pé, cortando quilos e quilos de carne, carregando panelas imensas da cozinha para o refeitório e temendo entrar em greve diante das ameaças de corte de ponto feitas pelos governantes, já que seu “salário já é pouco e ficar sem ele seria impossível”. O detalhe é que há somente “uma” cozinheira na parte da manhã, obrigando a direção a realocar a funcionária da CLINN (agora privatizada por Jorge Roberto Silveira) para ajudá-la, deixando a área da limpeza com deficiências reais, expressas no cotidiano das aulas. Essa é a realidade, não fantasia, em minha escola! Sem contar, é claro, que as professoras, maioria Professor I em minha escola, ganhavam R$873,29, no começo de carreira, e somente depois de 20 anos passariam a ganhar pouco mais de R$1.000,00 – mais precisamente R$1114,56. Agora, com o “reajuste”, ganham o mínimo de R$1004,28, e o máximo de R$1281,75. Como aceitar isso?”
No dia 29 de junho, em Assembleia realizada no DCE-UFF, foi deliberada a GREVE DA REDE MUNICIPAL EDUCAÇÃO DE NITERÓI, com calendário de construção da Greve para as primeiras duas semanas do próximo mês, focando a mobilização para que, findadas as férias de julho, não retornemos às aulas, mas entremos o segundo semestre EM GREVE, até que sejamos ouvidos e respondidos.
Dignidade para quem Educa!
Sem corte de ponto, pois lutar é um direito!
Calendário de luta:
06/07 – REUNIÃO NAS ESCOLAS COM ELEIÇÃO DE REPRESENTANTES DO SEPE POR UNIDADE ESCOLAR
07/07 – REUNIÃO COM A COMUNIDADE ESCOLAR
12 E 13/7 – ASSEMBLEIAS POR PÓLOS COM ATOS NAS PROXIMIDADES DAS ESCOLAS
01/08 – ASSEMBLEIA ÀS 8h, NO DCE, SEGUIDA DE PASSEATA
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