A greve da rede
municipal do Rio de Janeiro sem dúvidas é histórica e o balanço até o momento é
bastante positivo. Após quase duas décadas sem uma luta tão intensa, o ano de
2013 começou de maneira diferenciada. Antes mesmo do ciclo de mobilizações de
junho e julho contra o aumento do preço das passagens em diversas cidades do
país, as paralisações no município do Rio e as manifestações aglutinavam cada
vez mais profissionais, não apenas aderindo, como auxiliando no processo de
mobilização, indo às escolas e discutindo politicamente com os colegas.
A greve foi deliberada
na Assembleia do dia 8 de agosto e desde então contabilizamos índices de adesão
maiores que 80%. Nos dias 14, 20 e 23 de agosto, Assembléias e passeatas
reuniram milhares e milhares de Educador@s em cada uma delas, contando com
maciço apoio da população e forçando que a mídia passasse a noticiar com
frequência nosso movimento e nossa pauta. Não temos dúvida de que o principal
saldo desta luta – ainda em curso – é a retomada de mobilização da categoria e
uma confiança de que lutando podemos mudar e conquistar as melhorias desejadas
para a defesa da Educação Pública, das condições salariais e de trabalho.
Após setores da mídia
tentarem manipular itens de nossa pauta e o Prefeito Eduardo Paes e a
Secretária Claudia Costin anunciarem retaliações ou o fim das negociações, a
categoria acertadamente deliberou pela continuidade da greve, mantendo-se
forte. Depois da segunda manifestação, em 20 de agosto, a Prefeitura foi
obrigada a recuar e os próprios personagens principais – Paes e Costin – não
apenas aceitaram receber o Sindicato como apresentaram nove itens como resposta
à pauta, itens estes principalmente relacionados à pauta econômica (salários,
plano de carreira, abono dos dias de paralisações e greve). Confiram a ata da
audiência: http://www.seperj.org.br/admin/fotos/boletim/boletim273.jpg
É evidente o recuo do
Governo, que de ameaças de demissões e cortes de ponto passou para receber para
negociar e apresentar propostas com ganhos concretos para os profissionais da
Educação. E tal recuo só foi possível devido à força do movimento grevista.
Contudo, não podemos ter confiança em Eduardo Paes/PMDB, mesmo com a assinatura
de um documento incluindo estes itens. Na história de nossas lutas, situações
como esta já aconteceram para frear o movimento e não materializar o acordado
em momento posterior. Para além dos itens respondidos pela prefeitura, outro
fator importante é cobrar o esclarecimento das contas do FUNDEB, seguindo em
pressão para que o repasse para os profissionais de educação ocorra.
A pauta pedagógica e das
condições de trabalho terá continuidade de discussões na próxima terça-feira,
27 de agosto, numa reunião com a presença da própria Secretária de Educação.
Garantir um bom calendário e um apontamento de resoluções de questões
fundamentais para a melhoria do cotidiano de nossas salas de aula precisam
aparecer para discutirmos com tranqüilidade e
sobre a saída ou não da greve.
Diante do atrelamento
das publicações em Diário Oficial dos nove itens acordados na reunião de
sexta-feira, 23 de agosto, ao término da greve; diante da inexistência de
alguma resposta sobre os itens pedagógicos e de condições de trabalho (projeto
de climatização; 1/3 da carga horária para atividades de planejamento;
autonomia pedagógica das unidades escolares e das disciplinas; fim da política
meritocrática); amparados pela altíssima adesão à greve e pela participação
ampla de diversos profissionais para construir as passadas em escolas e as
manifestações de ruas, nós, do Movimento Sindicalismo Militante, consideramos
fundamental a CONTINUIDADE DA GREVE, propondo a próxima Assembleia de avaliação
da greve e seus resultados para QUARTA-FEIRA, 28 de agosto. Após termos o
retorno da reunião de terça-feira e o comprometimento dos nove itens
materializado, aí sim teremos elementos para decidir se é o momento para
suspender a greve.
A GREVE CONTINUA!
PREFEITO, A CULPA É TUA!
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