domingo, 25 de agosto de 2013

Em defesa da continuidade da GREVE na rede do Rio

A greve da rede municipal do Rio de Janeiro sem dúvidas é histórica e o balanço até o momento é bastante positivo. Após quase duas décadas sem uma luta tão intensa, o ano de 2013 começou de maneira diferenciada. Antes mesmo do ciclo de mobilizações de junho e julho contra o aumento do preço das passagens em diversas cidades do país, as paralisações no município do Rio e as manifestações aglutinavam cada vez mais profissionais, não apenas aderindo, como auxiliando no processo de mobilização, indo às escolas e discutindo politicamente com os colegas.

A greve foi deliberada na Assembleia do dia 8 de agosto e desde então contabilizamos índices de adesão maiores que 80%. Nos dias 14, 20 e 23 de agosto, Assembléias e passeatas reuniram milhares e milhares de Educador@s em cada uma delas, contando com maciço apoio da população e forçando que a mídia passasse a noticiar com frequência nosso movimento e nossa pauta. Não temos dúvida de que o principal saldo desta luta – ainda em curso – é a retomada de mobilização da categoria e uma confiança de que lutando podemos mudar e conquistar as melhorias desejadas para a defesa da Educação Pública, das condições salariais e de trabalho.

Após setores da mídia tentarem manipular itens de nossa pauta e o Prefeito Eduardo Paes e a Secretária Claudia Costin anunciarem retaliações ou o fim das negociações, a categoria acertadamente deliberou pela continuidade da greve, mantendo-se forte. Depois da segunda manifestação, em 20 de agosto, a Prefeitura foi obrigada a recuar e os próprios personagens principais – Paes e Costin – não apenas aceitaram receber o Sindicato como apresentaram nove itens como resposta à pauta, itens estes principalmente relacionados à pauta econômica (salários, plano de carreira, abono dos dias de paralisações e greve). Confiram a ata da audiência: http://www.seperj.org.br/admin/fotos/boletim/boletim273.jpg

É evidente o recuo do Governo, que de ameaças de demissões e cortes de ponto passou para receber para negociar e apresentar propostas com ganhos concretos para os profissionais da Educação. E tal recuo só foi possível devido à força do movimento grevista. Contudo, não podemos ter confiança em Eduardo Paes/PMDB, mesmo com a assinatura de um documento incluindo estes itens. Na história de nossas lutas, situações como esta já aconteceram para frear o movimento e não materializar o acordado em momento posterior. Para além dos itens respondidos pela prefeitura, outro fator importante é cobrar o esclarecimento das contas do FUNDEB, seguindo em pressão para que o repasse para os profissionais de educação ocorra.

A pauta pedagógica e das condições de trabalho terá continuidade de discussões na próxima terça-feira, 27 de agosto, numa reunião com a presença da própria Secretária de Educação. Garantir um bom calendário e um apontamento de resoluções de questões fundamentais para a melhoria do cotidiano de nossas salas de aula precisam aparecer para discutirmos com tranqüilidade e  sobre a saída ou não da greve.

Diante do atrelamento das publicações em Diário Oficial dos nove itens acordados na reunião de sexta-feira, 23 de agosto, ao término da greve; diante da inexistência de alguma resposta sobre os itens pedagógicos e de condições de trabalho (projeto de climatização; 1/3 da carga horária para atividades de planejamento; autonomia pedagógica das unidades escolares e das disciplinas; fim da política meritocrática); amparados pela altíssima adesão à greve e pela participação ampla de diversos profissionais para construir as passadas em escolas e as manifestações de ruas, nós, do Movimento Sindicalismo Militante, consideramos fundamental a CONTINUIDADE DA GREVE, propondo a próxima Assembleia de avaliação da greve e seus resultados para QUARTA-FEIRA, 28 de agosto. Após termos o retorno da reunião de terça-feira e o comprometimento dos nove itens materializado, aí sim teremos elementos para decidir se é o momento para suspender a greve.

A GREVE CONTINUA!
PREFEITO, A CULPA É TUA!

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