Nosso movimento se fortalece e coloca o
governo em xeque. Por sua vez, o Estado usa seu braço armado para barrar, à
força, os avanços e as vitórias que podemos conquistar por meio das lutas.
Lutando, avançamos em nossa consciência de classe e nos organizamos ainda mais.
No Rio de Janeiro, vivenciamos estes avanços com a greve profissionais da
educação da maior rede da América Latina!
No dia 26 de Setembro, iniciou-se uma
ocupação à Câmara Municipal, já que o prefeito Eduardo Paes passou por cima de
acordos feitos durante a greve com o Sindicato dos Profissionais da Educação. A
Prefeitura formulou uma proposta de plano de carreira que não atende
integralmente NENHUM setor da categoria.
Os profissionais da educação,
completamente traídos pelo governo, decidimos retornar à greve e realizar ações
mais radicalizadas, para denunciar à população o que REALMENTE ocorre com a
educação do Rio, dirigida pela gestão meritocrática de Claudia Costin, como
também para forçar o governo a negociar, retirando integralmente o projeto do
plano de carreira e seu caráter de urgência.
A ocupação durou até 28 de Setembro,
quando ocorreu uma ação brutal da Polícia Militar (PM) contra os manifestantes
que ocupavam a Câmara e os que faziam vigília do lado de fora. Os profissionais
que ali se manifestavam foram covardemente empurrados, espancados, sofreram
agressões psicológicas e tomaram bomba de gás e spray de pimenta. Os verdadeiros
responsáveis pela truculência foram o presidente da Câmara Jorge Felipe – que
encomendou o pedido da PM – o Governador Sérgio Cabral e o Prefeito Eduardo
Paes, um trio do PMDB. Os profissionais que ali estiveram e estão, dando suas
vidas em defesa da Educação pública e de qualidade, e lutando contra a política
quantitativa, que visa a transformar os alunos em números e professores em
empregados generalistas exclusivos e mal remunerados.
Apesar da repressão, nos mantivemos firmes e fortes. No dia 30 de Setembro, os profissionais da educação foram
novamente reprimidos na frente da Câmara, junto com os Black Blocs. Não adianta
nem pensar que essa repressão ocorreu por causa dos black blocs, isso seria uma
inverdade absurda, visto que no Sábado quem estava na Câmara eram os
profissionais da educação. Obviamente esse argumento será utilizado pela PM
para justificar sua atitude truculenta contra os manifestantes. Nesta
terça-feira, 1 de outubro, acompanhamos mais um grande aparato da PM para
garantir que a proposta de plano de carreira fosse aprovada pela base
governista da Câmara de Vereadores. A população foi impedida de se aproximar
desta casa que não nos representa sob efeitos de bombas e tiros de borracha. De
maneira covarde e truculenta, novamente a PM atacou os profissionais da
Educação e toda a população que nos apoiava, ao passo que a Câmara dava aval
para Paes realizar seu projeto de reformulação da carreira dos Educadores no
Rio de Janeiro.
Todos sabemos que a polícia não precisa
ser agredida para agredir. A polícia não revida, a polícia representa e defende
os interesses do Estado. O que nós, profissionais da educação estamos fazendo
ali é defender nossos interesses, que são antagônicos aos do Estado, denunciando
o desvio de verbas da educação para as empresas privadas, exigindo a abertura
de contas da Educação e do FUNDEB, exigindo uma educação de qualidade para os
filhos dos trabalhadores, e uma valorização dos profissionais da educação,
pautas que se chocam com interesses de empresários.
O que o Estado e as empresas privadas
querem é que os filhos dos trabalhadores, permaneçam trabalhadores, de forma
mecânica e sem consciência crítica. As empresas privadas, junto com a
prefeitura, investem nisso, por meio dos variados projetos na rede de ensino,
fazendo aumentar números e lucros, assim como atuando na terceirização de segmentos
importantes, como porteiros e cozinheiras escolares. Os projetos mantidos pela
prefeitura, com verba pública, que não retiravam das estatísticas os alunos com
baixo rendimento, estão sendo sumariamente fechados, e uma verba que não temos
dimensão da quantia está sendo colocada nas empresas privadas que gerem
projetos que não atendem às necessidades e às realidades das escolas, fazendo
alunos sumirem das estatísticas.
Já o FUNDEB, “ninguém sabe, ninguém
viu”, pra o nosso contracheque não vem e para a nossa escola não vai. Há
denúncias de que essa verba é entregue à Fundação Roberto Marinho (Rede Globo)
para gerir projetos escolares, e para as empresas de ônibus, através do RIO
CARD, cujo monopólio pertence a Jacob Barata, sogro de Sérgio Cabral. ISSO É
ILEGAL!
Diante de todo esse confronto,
envolvendo verba federal, onde está Dilma? Calada, em qualquer canto, fingindo
“estar de mal” com os Estados Unidos, sem nenhuma menção ao que está
acontecendo no Rio de Janeiro. Claro! Cala para não se comprometer porque o
vice-prefeito é do PT, porque seu governo tem como base o PMDB, porque também
vive de aliança com empresários!
Com interesses antagônicos e
pressionando o Estado e os empresários, nós, os aguerridos profissionais da Educação, seguimos em frente, de cabeça erguida, sem medo de ameaças. Nosso coro se
fortalece com a greve da rede estadual e de maneira unificada seguiremos em frente!
A greve continua até o Prefeito recuar e vetar seu Projeto de Plano de Carreira
que nos ataca e até termos a garantia de melhores condições pedagógicas e de
trabalho em nossas escolas. Nossa rede acordou e não quer voltar ao pesadelo. Portanto, frente ao brutal ataque à Educação Pública do Rio de Janeiro, precisamos impulsionar a luta pela anulação deste Plano de Carreira e construir de maneira unificada uma grande manifestação com o conjunto da população para repudiar os governos de Eduardo Paes e Sérgio Cabral!
Pela anulação do Plano de Carreira aprovado na Câmara
a mando do Prefeito Eduardo Paes!
Pela
construção de um grande ato de massas unificado que mobilize a
população
carioca contra Paes e Cabral
Contra a meritocracia - Fora Costin e Risolia!
FORA CABRAL, VÁ COM PAES!
Fala da Professora Vivian Dutra, durante a manifestação do dia 1 de outubro.
Eu acho impressionante como tudo que acontece no Rio acaba dando margem para falarem do Jacob Barata... Ninguém mais vai deixar o cara em paz, não?
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