quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Pela anulação do Plano de Carreira aprovado na Câmara a mando de Paes

Nosso movimento se fortalece e coloca o governo em xeque. Por sua vez, o Estado usa seu braço armado para barrar, à força, os avanços e as vitórias que podemos conquistar por meio das lutas. Lutando, avançamos em nossa consciência de classe e nos organizamos ainda mais. No Rio de Janeiro, vivenciamos estes avanços com a greve profissionais da educação da maior rede da América Latina!

No dia 26 de Setembro, iniciou-se uma ocupação à Câmara Municipal, já que o prefeito Eduardo Paes passou por cima de acordos feitos durante a greve com o Sindicato dos Profissionais da Educação. A Prefeitura formulou uma proposta de plano de carreira que não atende integralmente NENHUM setor da categoria.

Os profissionais da educação, completamente traídos pelo governo, decidimos retornar à greve e realizar ações mais radicalizadas, para denunciar à população o que REALMENTE ocorre com a educação do Rio, dirigida pela gestão meritocrática de Claudia Costin, como também para forçar o governo a negociar, retirando integralmente o projeto do plano de carreira e seu caráter de urgência.

A ocupação durou até 28 de Setembro, quando ocorreu uma ação brutal da Polícia Militar (PM) contra os manifestantes que ocupavam a Câmara e os que faziam vigília do lado de fora. Os profissionais que ali se manifestavam foram covardemente empurrados, espancados, sofreram agressões psicológicas e tomaram bomba de gás e spray de pimenta. Os verdadeiros responsáveis pela truculência foram o presidente da Câmara Jorge Felipe – que encomendou o pedido da PM – o Governador Sérgio Cabral e o Prefeito Eduardo Paes, um trio do PMDB. Os profissionais que ali estiveram e estão, dando suas vidas em defesa da Educação pública e de qualidade, e lutando contra a política quantitativa, que visa a transformar os alunos em números e professores em empregados generalistas exclusivos e mal remunerados.

Apesar da repressão, nos mantivemos firmes e fortes. No dia 30 de Setembro, os profissionais da educação foram novamente reprimidos na frente da Câmara, junto com os Black Blocs. Não adianta nem pensar que essa repressão ocorreu por causa dos black blocs, isso seria uma inverdade absurda, visto que no Sábado quem estava na Câmara eram os profissionais da educação. Obviamente esse argumento será utilizado pela PM para justificar sua atitude truculenta contra os manifestantes. Nesta terça-feira, 1 de outubro, acompanhamos mais um grande aparato da PM para garantir que a proposta de plano de carreira fosse aprovada pela base governista da Câmara de Vereadores. A população foi impedida de se aproximar desta casa que não nos representa sob efeitos de bombas e tiros de borracha. De maneira covarde e truculenta, novamente a PM atacou os profissionais da Educação e toda a população que nos apoiava, ao passo que a Câmara dava aval para Paes realizar seu projeto de reformulação da carreira dos Educadores no Rio de Janeiro.

Todos sabemos que a polícia não precisa ser agredida para agredir. A polícia não revida, a polícia representa e defende os interesses do Estado. O que nós, profissionais da educação estamos fazendo ali é defender nossos interesses, que são antagônicos aos do Estado, denunciando o desvio de verbas da educação para as empresas privadas, exigindo a abertura de contas da Educação e do FUNDEB, exigindo uma educação de qualidade para os filhos dos trabalhadores, e uma valorização dos profissionais da educação, pautas que se chocam com interesses de empresários.

O que o Estado e as empresas privadas querem é que os filhos dos trabalhadores, permaneçam trabalhadores, de forma mecânica e sem consciência crítica. As empresas privadas, junto com a prefeitura, investem nisso, por meio dos variados projetos na rede de ensino, fazendo aumentar números e lucros, assim como atuando na terceirização de segmentos importantes, como porteiros e cozinheiras escolares. Os projetos mantidos pela prefeitura, com verba pública, que não retiravam das estatísticas os alunos com baixo rendimento, estão sendo sumariamente fechados, e uma verba que não temos dimensão da quantia está sendo colocada nas empresas privadas que gerem projetos que não atendem às necessidades e às realidades das escolas, fazendo alunos sumirem das estatísticas.

Já o FUNDEB, “ninguém sabe, ninguém viu”, pra o nosso contracheque não vem e para a nossa escola não vai. Há denúncias de que essa verba é entregue à Fundação Roberto Marinho (Rede Globo) para gerir projetos escolares, e para as empresas de ônibus, através do RIO CARD, cujo monopólio pertence a Jacob Barata, sogro de Sérgio Cabral. ISSO É ILEGAL!

Diante de todo esse confronto, envolvendo verba federal, onde está Dilma? Calada, em qualquer canto, fingindo “estar de mal” com os Estados Unidos, sem nenhuma menção ao que está acontecendo no Rio de Janeiro. Claro! Cala para não se comprometer porque o vice-prefeito é do PT, porque seu governo tem como base o PMDB, porque também vive de aliança com empresários!

Com interesses antagônicos e pressionando o Estado e os empresários, nós, os aguerridos profissionais da Educação, seguimos em frente, de cabeça erguida, sem medo de ameaças. Nosso coro se fortalece com a greve da rede estadual e de maneira unificada seguiremos em frente! A greve continua até o Prefeito recuar e vetar seu Projeto de Plano de Carreira que nos ataca e até termos a garantia de melhores condições pedagógicas e de trabalho em nossas escolas. Nossa rede acordou e não quer voltar ao pesadelo. Portanto, frente ao brutal ataque à Educação Pública do Rio de Janeiro, precisamos impulsionar a luta pela anulação deste Plano de Carreira e construir de maneira unificada uma grande manifestação com o conjunto da população para repudiar os governos de Eduardo Paes e Sérgio Cabral!


Pela anulação do Plano de Carreira aprovado na Câmara 
a mando do Prefeito Eduardo Paes!

Pela construção de um grande ato de massas unificado que mobilize a 
população carioca contra Paes e Cabral

Contra a meritocracia - Fora Costin e Risolia!

FORA CABRAL, VÁ COM PAES!


Fala da Professora Vivian Dutra, durante a manifestação do dia 1 de outubro.


Um comentário:

  1. Eu acho impressionante como tudo que acontece no Rio acaba dando margem para falarem do Jacob Barata... Ninguém mais vai deixar o cara em paz, não?

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